quarta-feira, 26 de março de 2014

Em Varzedo, idosa de 102 anos conta sua história e revela: “É preciso ter fé em Deus, meu filho”


A centenária Maria Madalena de Jesus, popularmente conhecida como ‘Maria de Dilo’, nasceu em 08 de abril de 1911, na localidade do Dendê, zona rural da cidade de Varzedo. Filha de Felisberto Quino da Silva e Ana Maria de Jesus, ela é filha mais velha de doze irmãos, seis homens e seis mulheres. Hoje só ela e mais dois irmãos estão vivos, um mora próximo a sua residência na localidade de Rio Preto, na mesma cidade. Lucida ela conta ao Voz da Bahia sua história.
No ano de 1950, aos 39 anos Maria casou-se com Odílio Jose dos Santos, hoje falecido. Maria de Dilo não teve filhos devido a um problema de saúde o que a impossibilitou de gerar filhos mais nem por isso o sorriso e a felicidade dela ela foram abalados. Ela criou sobrinhos, filhos de amigas e cuidou dos irmãos. Maria nos contou que sua vida foi de labuta na roça; “trabalhei desde seus 10 anos de idade. Nunca estudei porque meu pai não deixava, ele dizia que eu não precisava de escola para não aprender a fazer carta para os namorados. A paquera antigamente era o dicionário em forma de mimica, leitura labial e gestos. O homem colocava o dedo no olho apontando pra mim e eu respondia com a mão direita em cima do peito”, revelou. Maria Madalena contou que teve 25 namorados todas às raças, preto, branco, mulato e ate índio ela já namorou. Conta ainda que quando chegavam a um salão de festa todos os homens queriam dançar com ela por ser muita bonita, “foi numa festa dessas que conheci e e me apaixonei por Odílio”, disse.
Há muitos anos no, mês de setembro acontece em sua casa uma reza em homenagem a 'São Cosme e São Damião', com o famoso caruru, que atrai gente de toda região. No dia 31 de dezembro, na virada de ano, ela faz um boneco de barro e o enterra simbolizando o ano velho sendo enterrado. O evento é chamado por D. Maria de o “Enterro do Velho”. Lucida e forte dona Maria não têm problemas de saúde como pressão alta ou diabetes e diz: “às vezes uma dor de cabeça aparece”. Sozinha ela mesmo prepara seu café, toma banho e se arruma; tem uma visão muito boa, chega até colocar uma linha na agulha e o mais impressionante ela puxa enxada como ninguém, coisa que muitos homens não faz. A frente da sua residência tem um pequeno jardim, “eu que campinei e limpei meu filho”, falou.

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