segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rita Lee é liberada após prestar depoimento em Aracaju

A cantora Rita Lee, 64, foi liberada após prestar depoimento e assinar um boletim de ocorrência numa delegacia de Aracaju (SE). Ela foi detida por policiais ao fim do último show de sua carreira, no Festival Verão Sergipe 2012. O imbróglio começou no meio do show, quando a cantora afirmou ter visto membros de seu fã clube --que viaja atrás dela pelo Brasil para vê-la ao vivo-- sendo agredidos por policiais. 
Primeiro, declarou que não os queria em sua apresentação. Ainda calma, disse: "Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho". Mas, quando os policiais vieram para a frente do palco, formando uma parede humana de frente para ela, a cantora se alterou. Lembrou já ter vivido o período da ditadura e disse não ter medo deles. Chamou os PMs de "cavalo", "cachorro" e "filho da puta". Terminado o show, Rita foi levada pela polícia à delegacia. O boletim de ocorrência foi tipificado como "desacato e apologia ao crime ou ao criminoso (art. 287 do Código Penal)". "A sensatez falou mais alto no momento, por isso a polícia não parou o show", disse o tenente-coronel Adolfo Menezes, responsável pelo policiamento da apresentação.  
A ex-senadora e hoje vereadora de Maceió Heloisa Helena (PSOL), que assistiu ao show, já estava na delegacia antes mesmo de Rita chegar. Foi solidária à cantora e assinou o B.O. como testemunha a seu favor. No mesmo boletim, Rita disse que "todo o ocorrido se deu como uma reação emocional, provocada pela ação truculenta desnecessária". O governador Marcelo Déda (PT), que também assistiu à apresentação, disse ter testemunhado "um espetáculo deprimente" por parte de Rita. "A polícia não tinha feito nenhum tipo de ação que justificasse [a atitude da cantora]", declarou. Para o governador, a cantora tentou colocar o público --estimado em 20 mil pessoas pela organização-- contra os policiais, o que poderia levar a uma "confusão generalizada".

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