domingo, 1 de setembro de 2013

Enfermeiro faz papel de médico em cidades do Nordeste

As paredes externas da única policlínica de Maravilha, cidadezinha do sertão alagoano, são cobertas por cartazes com orientações para seus dez mil habitantes. Seria louvável não fosse o teor das mensagens: quem precisar de cirurgia ou consulta deve ir a outra cidade. Não há médicos suficientes no município, que, apesar do nome, ocupa um dos últimos lugares no ranking nacional de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). "A gente não consegue médicos", diz o assessor da Secretaria de Saúde do município, Everton Costa. Os três clínicos atendem nos postos do Programa Saúde da Família, mas só três vezes por semana. Costa diz que os R$ 42 mil que o governo federal envia por mês vão para as contas dos médicos, que recebem R$ 10 mil, além de ajuda com alimentação e hospedagem. "Estão aqui desde maio e já estão querendo sair. Passamos dois meses sem médicos. Ninguém tem interesse em vir", afirma o assessor. A cidade que não atrai médicos brasileiros está na lista das 701 que podem receber médicos cubanos. Ouro Branco, também em Alagoas, se inscreveu no programa federal Mais Médicos. Mas, como ninguém se candidatou a ir para lá, sobrou para os médicos de Cuba.

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