O próximo edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deverá trazer novas mudanças no modelo de correção das redações. Luiz Claudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), defendeu que “inserções indevidas, como deboches e brincadeiras”, devem ser punidas. A proposta evitaria que redações como as divulgadas esta semana com uma receita de ‘miojo’ e ohino do Palmeiras fossem corrigidas. “O aprimoramento e o debate técnico são ótimos para o País. Eu estou convencido de que devemos separar o joio do trigo, punir deboche em respeito ao estudante que faz a prova com seriedade. Vai dar mais trabalho aos corretores, claro, mas estou convencido de que será necessário. Esse é um bom debate”, disse.
Costa explicou que, hoje, o edital não prevê eliminação para candidatos que mantêm o raciocínio no contexto geral do texto. Ele diz que a maior parte dos estudantes faz o Enem sob pressão e, pedagogicamente, um possível “branco” ou desvio é esperado. “Mas o que coloca deliberadamente esse tipo de coisa tem de ser penalizado. A correção não é feita ao acaso. E elas foram tão corretas que as notas foram parecidas”, afirmou. Segundo o Inep, poucos foram os casos em que os candidatos “inseriram algo indevido” nos textos. Entre as 4,1 milhões de redações, cerca de 300 se enquadraram nesse perfil. “Temos um bom debate técnico a fazer a partir delas e que só está aparecendo por causa do nosso aprimoramento (divulgação dos espelhos das redações). Temos a humildade para reconhecer que é um processo. A discussão desqualificada não beneficia ninguém”, comentou. (Ig)
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