sábado, 30 de março de 2013

Cachoeira mantém tradição da queima de Judas


A população de Cachoeira (a 110 km de Salvador) mantém viva há mais de 60 anos a tradição religiosa da Semana Santa de queimar o Judas. O evento, que acontece no sábado de Aleluia, 30, e no domingo de Páscoa, 31, será realizado em diversos bairros da cidade histórica do recôncavo baiano. Entre eles, um que se destaca na comemoração é o bairro dos Currais Velho. As atividades são realizadas com o apoio da prefeitura através da secretaria municipal de Cultura e Turismo. No município são oito queimas de Judas, além do Currais Velho, acontece no bairro do Caquende, e em seis localidades da zona rural. Além da queima do Judas, a comunidade poderá se divertir, a partir das 20h de sábado, com as bandas Coração Xonado, New Gueto, Muvuca, Godi, DJ Samir Suzart e Arte Interior. Na madrugada de domingo acontece a queima de Judas com a leitura do testamento. A brincadeira seria uma maneira de os católicos se vingarem da traição de Judas contra o filho de Deus, Jesus. Antes de o boneco 'morrer' enforcado, como o traidor bíblico, tem que apanhar e ser bastante xingado.
"Geralmente eles reúnem os vizinhos do bairro e fazem piada com o nome das pessoas e malham o boneco. Eles mesmos confeccionam o Judas. A prefeitura ajuda instalando as gambiarras, montando o palanque para os shows", diz José Luís Bernardo, secretário de Cultura de Cachoeira. Na brincadeira, os bonecos são vestidos com paletó velho, camisa, calça, sapatos, meias colocadas nas mãos e gravata. Normalmente, o corpo é recheado com trapos, panos velhos, raspas de madeira e jornais, e pendurado em postes de iluminação pública, galhos de árvores, currais, e depois apanham, são rasgados e queimados. De algum tempo para cá, personalidades do mundo político, econômico, artístico ou esportivo que caem no desagrado popular, têm sua fisionomia estampada no Judas. (A tarde)

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