terça-feira, 2 de outubro de 2012

Milton Nascimento comemora cinco décadas de carreira


A ditadura militar acabou, mas ainda é uma ferida aberta para Milton Nascimento. "Fui proibido de ver o meu filho. Se eu me encontrasse com ele, falavam que iam matá-lo. Fiquei quase 20 anos [sem vê-lo]", conta. "Ninguém entendia. Mas eu não podia falar com ninguém. Eles queriam me maltratar. Se eu falasse com alguém --não sei como ficavam sabendo--, ameaçavam aquela pessoa. Fiquei calado muito tempo. Comecei a beber". Milton faz o desabafo à Serafina em sua casa incrustada num morro na Barra da Tijuca, no Rio. Seu filho, Pablo, nascido há 40 anos, é fruto do relacionamento com a socialite paulistana Káritas. O músico conta que foi ameaçado por Erasmo Dias (1924-2010), então secretário de Segurança de São Paulo.
Mas não quer aprofundar o assunto. Acha perigoso, teme represálias. "A situação melhorou. Mas o pessoal [que o ameaçou] ainda está aí, vivo. Prefiro deixar a coisa passar mais um pouco para poder falar sobre tudo", afirma. Milton fala que parou de beber num dia que viu pessoas bonitas e alegres na praia. "Falei: essa coisa não merece que eu me mate. Parei de beber e fiquei três dias na cama. Até que sentei, vi que não estava tremendo nem tonto.

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