domingo, 29 de junho de 2014

Salvador: Moradores da Lapinha criticam uso político do 2 de Julho


"A festa de 2 de Julho não é mais como antigamente", lamenta a professora Edna Souza Almeida, 55 anos. Para ela, e para muitos moradores do bairro da Lapinha, a política tomou conta dos festejos e afastou a carga histórica da comemoração. Residente no bairro desde criança, Edna acredita que a celebração esteja defasada. "Hoje, trata-se mais de um contexto político do que da própria história. Estamos em ano de eleição. Não sei se estou muito animada para assistir ao cortejo", confessa. O aposentado Prim Lemos Machado, 75, também mora na Lapinha e recorda-se da época em que costumava acompanhar o desfile. "Escolas participavam, as crianças se enfeitavam, davam a volta atrás da igreja do largo. Hoje não é mais assim. Tem bandinha, políticos, discursos... E só. Este ano, vai ser só um ato de campanha política", presumiu. Tradicionalmente, a parada acontece em homenagem à Independência da Bahia, decretada em 1823. Os símbolos marcantes da data são as imagens do Caboclo e da Cabocla, que representam a força nativa durante as guerrilhas.

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