sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Acompanhe o que rolou nos primeiros dias da Festa Literária, em Cachoeira

No primeiro dia, quarta-feira (23), o concerto “Uma Tarde em Veneza”, a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) fez a abertura da Flica. A primeira mesa literária, intitulada “Enfrascar o Cotidiano”, teve participação de Cristóvão Tezza e Fabrício Carpinejar. A mediação ficou por conta de Jackson Costa. Um dos momentos mais especiais aconteceu quando uma pergunta da plateia emocionou Carpinejar. Questionado sobre a inspiração que o levou a escrever um texto onde fala sobre as vítimas do incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, o escritor disse: “Na verdade, Santa Maria foi um ensaio do apocalipse. Todo mundo teve esse apocalipse. Na verdade, não foi um texto, mas uma transposição emocional. Foi um texto que tive que me socorrer pelo poeta para suportar. Esses textos são mais delicados, em que a gente consegue, a partir de um detalhe, explicar o conjunto. Como exemplo, recentemente fiz um texto sobre velhice a partir da barra de ferro que você coloca no banheiro. Toda casa que tem aquela barra é uma casa em que o filho cuidou do pai ou da mãe”.
No segundo dia, quinta-feira (24), os poetas baianos Karina Rabinovitz e Elieser César abriram a mesa-redonda da festa. Por volta das 10h30 os escritores começaram a palestra sobre a forma, as inspirações, “transpirações” e o amor pelos versos. Às 15h, os autores Mário Magalhães e Ana Tereza Baptista discutiram o gênero literário da biografia. Autor de “Marighella, o Guerrilheiro que incendiou o Mundo”, Magalhães lembrou que a mãe do comunista nasceu em Santo Amaro, cidade que também fica no recôncavo da Bahia, em bate-papo na mesa “Vidas Comuns, Vidas Notáveis. Uma das mesas literárias mais esperadas do dia, Laurentino Gomes e Eduardo Bueno discutiram a “monarquia que o Brasil ainda é”. “O brasileiro cobra muito do Estado. Não participa e espera que o Estado resolva tudo por ele. Esse positivismo, esse estado monárquico, continua presente até hoje”, declara o autor do recém-lançado "1889'.
Para Laurentino Gomes, o Estado não pode construir, sozinho, nem a democracia, nem a cidadania. “Quem constrói é a sociedade civil. O Estado, numa democracia republicana, é mero espelho da sociedade. Aqui, é monárquico, ou mais, é freudiana, é um pai que vai cuidar de nossos problemas. Nós esperamos um salvador da pátria para resolver nossos problemas”, comenta. Já na Fliquinha, Saulo Fernandes puxou o coro de crianças e adultos. O cantor fez um show acústico, com canções como "Rua 15" e "Anjo, e interagiu com o público. Fonte|Foto G1

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