Enquanto os prefeitos dizem que nem bons salários, casas cedidas pelas prefeituras e outras regalias prometidas, são suficientes para atrair médicos para os municípios menores e mais distantes da capital, os médicos rebatem dizendo que o processo de interiorização é prejudicado pela falta de uma política de estabilização do profissional no interior, aliado à sobrecarga de trabalho, estrutura precária e isolamento. “O médico não tem nenhuma segurança. A relação de trabalho é péssima. Sem falar que cada prefeito estabelece “um reinado” de quatro em quatro anos. O que sai não paga o médico e o que entra não resolve a questão. Para receber o salário atrasado, o médico tem que entrar na Justiça. Desta última eleição, ainda restam mais de 50 ações trabalhistas movidas pelos médicos contra prefeituras do interior baiano”, revelou o presidente do Sindicato dos Médicos, Francisco Magalhães . Na Bahia, os municípios que fazem parte do Semiárido baiano são os mais prejudicados. Além da distância da capital, há poucos recursos, o que acaba dificultando a contratação dos profissionais da medicina. Magalhães cita como exemplo, sua experiência. Ele diz que já trabalhou em mais de 25 cidades do interior onde falta tudo nos hospitais. “Eu levava, na minha sacola remédios básicos, como dipirona, para os pacientes. Trabalhei em Tucano e tive que entrar na Justiça para receber meus salários atrasados. A ação levou seis anos na Justiça”, revelou. (Tribuna da Bahia)
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