Nos municípios do interior da Bahia, médicos são artigos de luxo, disputados entre as prefeituras na base do quem paga mais. O salário pode variar de R$ 10 mil até R$ 20 mil (líquidos) para médicos que atendem em postos do Programa de Saúde da Família (PSF), por uma jornada de 40 horas, em tese. Isso sem falar na ajuda de custo "por fora" e plantões - pagos pelas prefeituras. A demanda é grande e a oferta pequena, segundo a União dos Municípios da Bahia (UPB) e gestores ouvidos por A Tarde. E quem fica desassistida é a população. Por isso o anúncio do programa Mais Médicos pela presidente Dilma Rousseff (PT), semana passada, que vai bancar R$ 10 mil de salário para o médico, deixando a cargo da prefeitura a moradia e alimentação do profissional [veja infográfico], foi visto pelos gestores com bons olhos. Mas com certo receio de que não seja o suficiente.
O programa pretende interiorizar médicos pelo País e identificou, para isso, 1.551 municípios prioritários. A Bahia tem 264 municípios nessa condição, o maior número entre os Estados."É muito difícil atrair médicos. Quando ele vem, tem custo alto e impacta na folha. Tem prefeito pagando R$ 20 mil para manter o médico. Há locais com infraestrutura montada e que não tem médico, e os que se dispõe a ir ao interior são disputados", diz a presidente da UPB, Maria Quitéria (PSB), prefeita de Cardeal da Silva (153 km de Salvador). Para ela, o programa Mais Médicos é uma aposta: "A expectativa é a de que atenda à demanda. É uma tentativa".
Nenhum comentário:
Postar um comentário