quarta-feira, 25 de abril de 2012

Geladeira nem sempre é a melhor opção para conservar alimentos


Longe dos olhos e enviada para a Sibéria da geladeira, a comida saiu dos corações das pessoas, que já não sabem nem sequer como guardá-la. Essa é a tese da designer coreana Jihyun Ryou, que estuda métodos de conservação de alimentos mantidos por comunidades agrícolas e transmitidos oralmente. Radicada na Holanda, Ryou desenvolve produtos que tentam rivalizar com o refrigerador. "Faço utilitários de cozinha que deixam a comida exposta. É importante olhar para ela, saber sua aparência", disse à Folha. Periodicamente, Ryou compartilha novidades da sua pesquisa no site www.savefoo dfromthefridge.com. "A geladeira congelou nosso conhecimento sobre a comida. Hoje só especialistas entendem o que significa um vegetal e quantas mágicas ele pode fazer", afirmou à Folha Susanne Freidberg, geógrafa especializada em agricultura e globalização da Universidade Dartmouth, nos EUA.
Autora do livro "Fresh: A Perishable History" (Harvard University Press, 416 págs., R$ 47), a geógrafa vê o eletrodoméstico como pilar da revolução que nos permitiu conservar laticínios por semanas, mas cobrou seu preço ao nos afastar da comida fresca. "A tradição crê que a qualidade da comida está relacionada à estação do ano, ao lugar e ao quão fresca ela está. Para a gente, parece que é sempre época para qualquer comida. O único limite que obedecemos hoje é o do 'fora da validade'", afirma.

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