segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Três anos após acidente, humorista Shaolin só 'fala' com os olhos


Três anos depois do acidente que o deixou em coma, o humorista paraibano Francisco Jozenilton Veloso, o Shaolin, está consciente. Porém, só consegue se comunicar com os olhos. “Ele não consegue executar alguns comandos do corpo dele, como externar a voz. Mas ele responde através de sinais. Ele reage a coisas que aconteceram há muito tempo, mostra que lembra, escolhe as roupas dele”, relatou a esposa do comediante, Laudiceia Veloso. O acidente aconteceu em 18 de janeiro de 2011 na rodovia federal BR-230, em Campina Grande. No mesmo dia, Shaolin foi socorrido e internado no Hospital de Emergência e Trauma da cidade. Pouco tempo depois, foi transferido para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde foi submetido a cirurgias e ficou internado por cerca de cinco meses. Desde que recebeu alta, permanece em casa, em Campina Grande, sob os cuidados da família. Em 2012, Shaolin foi submetido a testes com um equipamento importado que identifica respostas através dos olhos. Esses testes descartaram a hipótese de que ele estivesse em um estado de coma vigil, em que há reações como piscar os olhos, chorar ou sorrir, mas que são involuntárias. “Shaolin tem consciência, sim, de tudo. Mas ele só interage da forma que ele consegue”, explicou a esposa do humorista.Segundo Laudiceia, não há previsão para que ele recupere os movimentos. “Isso é imprevisível. Nenhum dos médicos pode fechar um diagnóstico ou essa previsão porque o cérebro dele surpreende a gente a cada descoberta. Isso depende de Deus. Enquanto isso, a gente vai fazendo nosso trabalho, sendo paciente e cuidando do jeito que a gente tem que cuidar” declarou. Laudiceia explicou que as respostas do marido estão dentro do esperado e que o resultado é muito satisfatório, considerado o quadro de saúde dele. Porém, ela admite que o processo é lento. Durante a espera por uma resposta mais significativa do cérebro, Shaolin faz fisioterapia e é atendido por fonoaudiólogos para manter o corpo funcionando. “Ele é muito esforçado com a fisioterapia, com a fono, presta atenção em tudo que ele tem que reaprender para se recuperar. O esforço dele tem conseguido pequenas melhoras que são imensamente significativas”, disse Laudiceia. Mesmo em meio a essa batalha constante que já dura três anos, Laudiceia disse estar bem. “Eu não vou dizer que a força que eu tenho é minha, porque não é. Essa força vem de Deus. Graças a ele eu estou bem. E todo o esforço que eu vejo em Shaolin me dá mais gás, mais ânimo para todos os dias fazer o que eu puder para ajudá-lo”, afirmou. (G1)

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