Em certos escritórios de Brasília, sem identificação e nos quais os telefones não constam dos catálogos conhecidos, um atentado terrorista durante os grandes eventos previstos para o largo período entre meados deste ano e o segundo semestre de 2016 não é uma possibilidade - é uma certeza. “Precisamos trabalhar como se essa hipótese fosse certa e verdadeira”, disse há dois dias um delegado da Polícia Federal que não pode ser identificado. Ele já compõe a reservada força-tarefa criada para “atuar de forma a impedir essa agressão e impedir que a situação se transforme em realidade”. O governo investiu cerca de R$$ 134 milhões na estrutura da Defesa para garantir a conferência Rio+20, em junho de 2012. Foi uma espécie de teste. A série de eventos especiais segue este ano com a Copa das Confederações, o teste para a Copa do Mundo de 2014, passa pela visita do próximo papa - cinco dias em julho - durante o Encontro da Juventude, e só termina no dia 21 de agosto de 2016, data do encerramento dos Jogos Olímpicos. Só as providências da preparação da Defesa para as competições de futebol vão exigir recursos estimados em R$$ 699 milhões.
O custo final já foi avaliado em R$$ 5,2 bilhões, em 2010. O então presidente Luis Inácio Lula da Silva não gostou do número e mandou parar o processo. Pelos cálculos atuais, mais realistas, a faixa limite deve ficar em R$$ 1,5 bilhão. O ministro da Defesa, Celso Amorim, tem dito que não vai faltar dinheiro para o programa. O projeto prevê a recuperação e compra de equipamentos, criação de centros integrados de comando, comunicações, controle e inteligência e qualificação de pessoal, entre os quais times preparados para ações antiterror.
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