terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dormir acompanhado reduz qualidade do sono, dizem médicos


A bancária Maria Ângela Azevedo, 42, tem um segredo: ela e o marido dormem em quartos diferentes. O hábito começou há cinco anos, quando ele interrompeu um tratamento de apneia (suspensão da respiração durante o sono) pela quarta vez. "O apartamento tem dois quartos. Dizemos que um deles é de visita, mas a verdade é que funciona como quarto do meu marido." Nem a faxineira que limpa a casa sabe do arranjo. "Contamos para alguns amigos e todos acharam esquisito, então preferimos nos resguardar", diz Maria. A decisão do casal não é incomum, nem seu constrangimento. "Cerca de 40% dos meus pacientes dormem em camas ou quartos separados. Quase nenhum admite isso para a família", diz a otorrinolaringologista e médica do sono Ângela Beatriz Lana.
Um adulto médio tem entre 20 e 30 microdespertares por noite, momentos em que o sono REM, mais profundo e restaurador, é interrompido e a pessoa volta a uma etapa superficial. Ao trocar de posição na cama ou ranger os dentes a pessoa chega a um estado de semiconsciência. Quase acorda, mas não percebe. Quanto mais microdespertares tiver, mais cansada vai levantar no dia seguinte. "Dividir a cama chega a dobrar a quantidade de microdespertares. É muito romântico, mas um fracasso do ponto de vista da saúde", diz Maurício Bagnato, médico do laboratório do sono do Hospital Sírio-Libanês. Insônia, ronco, apneia, discordâncias sobre a temperatura do ar-condicionado, horários diferentes para dormir e acordar, presença de TV e aparelhos eletrônicos no quarto são os problemas mais citados pelos casais que resolveram dormir separados. (Folha).

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